segunda-feira, 7 de maio de 2012

Exercícios e Fibromialgia (parte 1)


Fibromialgia

  A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica caracterizada por dor muscular difusa por mais de 3 meses associada a uma série de sintomas como: fadiga, distúrbio do sono, ansiedade, depressão e  cefaléia.   Essa população exibe também comprometimento da capacidade cardiorrespiratória, da amplitude articular e da resistência muscular. A prevalência da fibromialgia varia de 2 a 4%, acometendo mais mulheres do que homens numa proporção de aproximadamente oito para um. A causa da síndrome ainda é desconhecida e a teoria mais aceita sobre a fisiopatologia integra uma disfunção no sistema nervoso central em regular a sensibilidade dolorosa, gerando um quadro central de amplificação dolorosa.O tratamento da síndrome fibromiálgica consiste de uma abordagem multidisciplinar, com intervenções medicamentosas e não medicamentosas.  Na intervenção não-medicamentosa destacam-se os programas educativos, a terapia cognitivo-comportamental e os exercícios físicos.  Vale apontar, de acordo com o que indica a literatura, que a associação de estratégias não-medicamentosas traz resultados mais favoráveis ao paciente com fibromialgia, em termos de bem-estar geral e função física.Os programas de educação para fibromialgia geralmente envolvem uma equipe de profissionais como médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Esses programas estimulam a auto-eficácia dos pacientes e costumam envolver aulas teóricas sobre a síndrome e seus tratamentos, assim como aulas práticas visando o controle da dor, o manejo sintomatológico e o ajuste psicossocial. Além disso, esses programas de educação muitas vezes acrescentam em sua estrutura modular a prática efetiva de exercícios físicos e algumas técnicas da terapia cognitivo-comportamental.



Exercícios físicos e fibromialgia    
  Os exercícios físicos representam uma parte extremamente importante no tratamento multidisciplinar da fibromialgia. Eles podem ser classificados em três categorias: exercícios aeróbios (como caminhada, hidroginástica e bicicleta), exercícios de fortalecimento muscular e exercícios de alongamento. Os exercícios aeróbios são os que apresentam maior evidência no manejo da fibromialgia. Os exercícios de fortalecimento, por sua vez, apresentam moderada evidência quanto aos seus benefícios no tratamento da fibromialgia. Já os exercícios de alongamento muscular apresentam evidência limitada pela falta de estudos que tenham esses exercícios como intervenção.Importância e efeitos fisiológicos do exercício físico na FibromialgiaOs pacientes com fibromialgia comumente são sedentários ou apresentam um condicionamento físico muito abaixo do esperado para a idade.        
  Revisões sistemáticas da literatura, consensos de sociedades médicas e especialistas no assunto apontam o exercício físico regular, principalmente os aeróbios, como uma das principais estratégias para a melhora sintomatológica dos pacientes com fibromialgia.  Dentre os benefícios do exercício na fibromialgia estão: a redução do quadro doloroso, a melhora na qualidade do sono e efeitos positivos sobre o humor e a fadiga.Vários mecanismos têm sido propostos para explicar os efeitos fisiológicos dos exercícios físicos nos pacientes com fibromialgia, contudo, ainda sem conclusões definitivas.   
  Mecanismos constantemente discutidos incluem níveis aumentados (pós-exercício) de dois tipos de neurotransmissores: as monoaminas e as endorfinas; estando essas substâncias relacionadas a atividades fisiológicas de inibição da dor.Alguns autores sugerem que o exercício físico contribui também com aspectos como integridade cerebrovascular, aumento no transporte de oxigênio para o cérebro, interferência na síntese e degradação de neurotransmissores.Algumas hipóteses buscam justificar a melhora da função cognitiva a partir de alterações hormonais (catecolaminas, ACTH e vasopressina), da influência sobre as endorfinas, da liberação de serotonina, da ativação de receptores específicos e diminuição da viscosidade sanguínea.Princípios gerais sobre a prescrição de exercícios.Após a avaliação pré-treino, alguns princípios devem ser observados para a prescrição adequada do programa de exercícios:Respeitar a fase de aquecimento muscular Antes de iniciar o treino recomenda-se que haja uma fase de aquecimento, com exercícios lentos pelo período de 10 a 15 minutos, tempo suficiente para que haja um aumento da temperatura corporal e redução da sensação de dor.Evitar a provocação de crises dolorosas e a chance de micro-traumas musculares.Não exagerar na intensidade dos treinos e começar os exercícios com intensidade de baixa a moderada, realizando um aumento gradativo da intensidade dos treinos após no mínimo 4 semanas.Individualizar os treinos.Em função da variabilidade dos sintomas e das limitações funcionais de cada paciente, o regime de exercícios deve ser individualizado, tendo como referenciais: a intensidade inicial dos sintomas, a função física e a tolerância ao exercício de cada um.Praticar exercícios em grupo.A interação pessoal pode melhorar a adesão dos pacientes aos programas de exercícios.Maximizar a confiança do paciente Estimular a sensação de autocontrole sobre os sintomas e a capacidade de superar obstáculos.São esses os principais fatores preditivos para o início e manutenção dos exercícios. Aliar tal estratégia às intervenções educacionais e de terapia.


Até a próxima!


Patricia Lobato
Consultora para o Desenvolvimento Técnico e Tecnológico do GRUPO CIA ATHLETICA.Diretora da Fitness Solutions, consultoria especializada em Gestão de Academias e Capacitação Profissional.Currículum Lattes - http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4474318U5ID - 55*86*12321Fone/FAX - 48 3207 4229blog:http://fitsolutionsconsultoria.blogspot.com.br/-Fitness Solutions Consultoriahttp://patricialobatofitness.blogspot.com.br/Patricia Lobatofacebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100000523741157&ref=ts 

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